Toca Rufar | Zés Pereiras de Sanfins do Douro - Sanfins do Douro

Toca Rufar

Zés Pereiras de Sanfins do Douro - Sanfins do Douro

O grupo de Zés Pereiras de Sanfins do Douro tem a provecta idade de 67 anos, comemorada há bem pouco tempo em cerimónia que fizemos parte e acompanhamos. Fundado a 3 de Maio de 1945, desde então tem sentido os altos e baixos de uma longa carreira, explicada pela dinâmica demográfica de uma pequena vila do interior de Portugal. Os membros mais antigos do elenco musical actual contam que tudo se deve a"Joaquim dos Macaquinhos", alcunha pela qual era conhecido o avô do actual presidente, Luís Vilela. Em tempos, quando eram contratados para uma festa, Joaquim organizava todos os pormenores e levava a esposa, cozinheira do grupo em digressão. Além disso, tinha arte para elaborar os cabeçudos e gigantões que pulavam em redor do grupo, agitando os locais por onde passavam. Recentemente, no Festival Portugal a Rufar, no Seixal, alcançaram o primeiro prémio.
Cabeçudos e Gigantones. Este género de manifestações espalha-se um pouco por todo o espaço lusófono. Por exemplo, no que se relaciona com a representação alegórica de animais, o Brasil é um caso de enorme variedade. No estado do Pará conhecemos o cortejo do Boi de Máscara, mais especificamente na localidade de São Caetano de Odivelas, o Boi de Mamão, em Florianópolis, no Sul deste país, e o Boi Bumbá, que aparece um pouco por todo país, são apenas três dos variados casos que dão conta da enorme diversidade de mascaradas do género e que atravessam transversalmente aquele espaço cultural. Ainda no estado de São Paulo, em São Luiz de Paraitinga, vemos sair gigantones no Carnaval e em Paraty, estado do Rio de Janeiro, as mesmas figuras saem à rua também durante esta mesma festa. No que se refere a Portugal, Ernesto Veiga de Oliveira informa que a introdução de figuras gigantescas no espaço nacional se reporta ao reinado de D.João II, e acontecia por altura da procissão do Corpo de Cristo. Nela faziam parte a Serpe, o Dragão e São Cristóvão, por vezes diabos e gigantes não especificados, em manifestações lúdicas medievais que envolviam danças e lutas coreografadas mas que se perdem, por ordem de D.João V, no século XVIII, após vigorarem cerca de 300 anos. Destas manifestações sobreviveram o S.Jorge e a Coca, que se envolvem em luta na localidade de Monção. No distrito de Vila Real, em Boticas, o culto a imagem gigantesca de São Cristóvão persiste, ilustrativo na fotografia em cima. Também Amadeo de Souza Cardoso retratou o combate mitológico entre o santo e a besta, inspirado pela procissão do Corpo de Cristo em Amarante.

Voltando a Sanfins do Douro, os gigantones e cabeçudos foram elaborados por o já aludido "Joaquim dos Macaquinhos", e por pouco não se perdiam se não fossem recuperados após longo período de abandono.
Os instrumentos
Os instrumentos dos Zés Pereiras são a gaita de fole, galega e afinada em Dó, as caixas e os bombos. Alguns elementos confessam que muitas das peles usadas nos bombos eram de cão, preferidas por serem mais resistentes e darem melhor som.
 

Componentes: bombos, caixas, gaite-de-foles, tarolas, gigantones
Data de fundalção: 3 de Maio de 1945
Origem: Sanfins do Douro (Alijó)

Contactos:
Henrique Santos
Casa da Escola - Estrada Nacional 5070-380 Sanfins do Douro, Alijó, Vila Real
João Azevedo: 259686446

 

João Rodrigues e Henrique Santos

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